segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A SERBIAN FILM

Há os que defenderiam o direito de manifestar suas aptidões artísticas sem que nenhuma espécie de restrição atingisse a exibição antes de consumada. Eu entendo que a liberdade de expressão é um valor extremamente grandioso em sociedades que tentam, com sucesso, implantar modelos democráticos. Mas, não sei se poderíamos permitir uma espécie de "totalitarismo" da liberdade de expressão.
Falo sobre isso preocupado com a situação dessa película denominada "A Serbian Film". Censurado no Brasil, a polêmica instaurada invoca a Constituição, sua supremacia e força normativa. Implanta um dilema difícil de contornar: em nome de que liberdade de expressão se deve permitir divulgar em uma nação um material artístico (se assim preferirem) que nos conduz a imagem atrozes onde qualquer espécie de humanidade se desfaz no lixo imperdoável da violência contra crianças? E se essas crianças forem nossos filhos? Cinema não é realidade, é fantasia. Fantasia inclui propor violar os mortos ou a beleza do sexo consentido? Liberem o filme, ou não liberem. Não faz diferença. Este filme não deve ser visto.
Certamente me recuso a fazer comentários positivos sobre este filme. Não o classificaria como tal. Seu terror é desmedido, desproporcional e desnecessário. "A Serbian Film" deve ser ignorado e boicotado por todos os que ainda não gastaram tempo ou dinheiro para vê-lo. Não há nada que se possa acrescentar ou tornar alguém mais culto.
Não tolero este tipo de material e, ao contrário do que se possa dizer, isso não afronta a democracia. Se Aristóteles considerava esta forma de governo decaída, era justamente por não ter como proposta o interesse de todos, mas de uma maioria que se legitima por ser apenas maioria. A beleza democrática atual é outra, não apenas interessar-se com sua própria proposta.

Um comentário:

  1. Um amigo me falou detalhes desse filme e não tenho a menor pretensão de assisti-lo. Deus me livre!

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